...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

segunda-feira, 31 de maio de 2010

"Moço"


E quem

iria pensar

que ele faz

sentido?







Em um constante apertar de letras ela guiava-se por seus caminhos inusitados. Seria mais um de seus devaneios?

Entre tantas interrogações ela buscava incansavelmente alguma exclamação para salva-la de sua sutil insanidade diária, em uma mania incessante por respostas e fatos palpáveis e irrevogáveis, sem dano real, mas com algum efeito colateral com gosto de “pra sempre”, mesmo que o “sempre” venha com data de validade.

Era uma descendente da loucura, nascida da esquizofrenia poética. E no doce líquido que sorvia na taça de sua imprudência, embriagava seus princípios morais, deixando-os a mercê de felizes sintomas que faziam de sua vida uma obra intuitivamente abstrata [compreendida por poucos], pois já não precisava mais de platéia, queria apenas o sucesso seletivo de "nobres seguidores", com cérebro o suficiente para serem imperfeitos por natureza...e ainda assim...nobres.

Eis que então surge...aquele “belo moço” perigosamente singular, em meio a fumaça de um cigarro com aroma de café, trazendo no bolso suas palavras [propositalmente] incompreensíveis, e de maneira sorrateira se fazia expressar em linhas que apenas ela sabia explicar.

Ela já não sabia mais se deveria achar certo todo aquele querer, não tinha mais medo de vento e nem de tempestade, a única coisa que ela queria ao certo, era ter por inteiro...

E não mais pela metade!


“Te dou um filho, te componho um hino
O que você quiser saber eu ensino
Te dou amor enquanto eu te amar
Prometo te deixar quando acabar
Se você não quiser
Me viro como der
Mas se quiser me diga, meu amor
Pois se você quiser
Me viro como for
Para que seja bom como já é”

Arnaldo Antunes


[Sim moça...este rabiscado desenha o seu traçado!]


M.R.

2 comentários:

disse...

Assim você me mata...

disse...

E olha só onde viemos parar... rs