...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

quinta-feira, 29 de julho de 2010

auToBiográFico


Recentemente aceitei certos fatos sem resistências, deitei na cama da minha tal fama de ruim para assumir que sou a mais irresistível antagonista desta dança esquisita chamada VIDA.

Minha antagonia me exime do risco de agradar ao próximo só pra desagradar a mim mesma, mas em contra partida me rende boas risadas com gente de corpo e de alma.

Esse lance de ‘aparência’ me causa disritmia, taquicardia e uma dificuldade interna imensa de entender pessoas que vivem personagens estranhos, chegam querendo ir embora e sorriem dando tapinhas nas costas pra fingir algo indefinido.

Óbvio que uso de psicologia ‘social’ para o bem de todos e a paz geral, mas não me peçam pra ser ‘simpática’ por muito tempo, tenho limites para a ‘política de boa vizinhança’, minha simpatia precisa de sinceridade pra durar de verdade.

Descobri a paz quando aprendi a respeitar os meus [teus] limites, e entendi que fingir pode causar sintomas desagradáveis, tais como... aperto no peito, relacionamentos vazios, amigos indesejáveis, inúmeras futilidades e uma agenda repleta de compromissos chatos e infindáveis.

Assumo a minha chatice e nem me importo com ela, mas também assumo a minha transparência, talvez seja por isso que seja tão fácil perceber o melhor e o pior em mim, basta olhar para os meus olhos.

Adoro conversas inteligentes, pessoas que sabem rir, chorar, calar [e principalmente] adoro gente que fala o que pensa ainda que eu não vá gostar.

Prefiro uma briga inteligente a uma conversa agradavelmente insossa.

E não se confunda com meu rosto angelical, ele é só uma questão de genética, vamos combinar que anjos são bem legais, desde que fiquem no céu, eu sou de carne e osso.

Gente ‘boazinha’ e ‘perfeita’ pra mim é defeito.

Acho lindo ver a família reunida [pais, irmãos, filhos e filhas], mas pode ser que você não me encontre frequentemente em ocasiões assim, só não me pergunte o porque, seria muito complexo pra responder.

Fico puta com gente que joga lixo na rua, fanatismo de qualquer tipo, mentira e impunidade.

Sou sensível, carinhosa, criativa, mediúnica e cuido das pessoas que gosto, mas não faça isso virar uma ‘obrigação’, a minha eficiência precisa de individualidade pra ser eficiente.

Posso dizer 'foda-se' só com o olhar, mas se eu disser 'eu te amo', pode acreditar.

Quando amo, me entrego e sou intensa, mas por favor, não confunda amor com posse isso poderia me sufocar.

Adoro animais, crianças e pessoas idosas, não ouse feri-los na minha presença, se existe algo que tira minha fé na humanidade é ver a dor de seres indefesos por pura crueldade.

Quando criança eu achava que podia falar com anjos, hoje tenho certeza.

Saiba que minha lista de ‘merdas’ é tão extensa, que eu precisaria gastar um tempo que eu não tenho pra relatá-las, mas reconheço que não sei o que seria de mim sem elas.

Algumas coisas que não podem faltar: Café, Coca-Cola, Comida Japonesa, Delineador, Perfume, Rímel Incolor, duas 'Neosaldinas', eventuais Cigarros, Chapinha, Livros, Internet, Celular e os Arcanos do meu Baralho.

Sofro de falta de paciência com futilidades, não sou adepta à beleza sem conteúdo, sou prática e acho que não existem desculpas para a pessoa ser desleixada.

Quando eu disser ‘preciso de um doce’, quero dizer ‘estou carente’.
Quando eu disser ‘só estou quietinha’, quero dizer ‘estou triste’.
Quando eu estiver estressada não vou precisar falar nada.

Não me alimento só de comida, preciso de amor, amigos, músicas, orações e espiritualidade, se não fico desnutrida.

Já ouviu falar em TPM? Então é melhor se informar!

Detesto pessoas felizes nos primeiros momentos do dia, preciso despertar pra poder dialogar, se insistir não me responsabilizo pelas grosserias, juro que não é pessoal.

Pra mim fé e religião são coisas diferentes.

Devo ter cara de rica, quem me dera ter metade do dinheiro que as pessoas acham que eu tenho.

Não sou tímida, sou seletiva, quando me espalho ninguém me junta, mas quando eu me junto ninguém me espalha, pode apostar.

Não toquem nos meus pés isso pode ser um risco pra sua vida, porém o resto do corpo adora uma boa massagem.

Nasci com essa mania para a escrita, me desmancho em letras para puxar o silêncio pra fora, me inspiro em mim e em quem quer que seja, e se quiser um conselho meu para poder afagar a sua alma...’escreva’.

Esta sou eu [até então], só não prometo que este relato autobiográfico seja fixo e irremediável, o ‘Sr. Tempo’ me fez aprender que as coisas sempre vão se aperfeiçoando a cada amanhecer.


Maria Rita

terça-feira, 27 de julho de 2010

puLsAr...


Impetuosos movimentos escapam sem permissão, violando a privacidade pra falar de saudade, intimidando minha invejável paz com o teu sorriso irritantemente lindo. Sinto saudade de quando o relógio podia marcar o dia e a hora de te encontrar. Hoje caminho por caminhos opostos aos teus, seguindo o ritmo da minha respiração como quem anda nas alturas com medo de olhar para o chão. Me visto na armadura de aço do meu pensar, para poder me despir da vontade que sinto de tocar...ouvir...abraçar... Ainda que não tenha o dom da escrita, me despedaço em letras para organizar pensamentos na simples intenção de espalhar sentimentos pelo ar [guarda-los poderia endurecer meu coração cansado], e assim... subitamente...volto a pulsar.


M.R.

domingo, 25 de julho de 2010

SoRRir


Deitada na cama ela rolava de um lado ao outro na sua bagunça mental, eram tantos pedaços de tantas coisas que poderia até perder-se em meio a eles, como de fato se perdeu. Encontrou lugares escuros que preferiu não entrar [já conhecia bem aquele lugar], porém encontrou também pedaços bons que um dia resolveu esquecer. Quando estava na escuridão lembrar-se deles fazia doer. Mas diferente do que estava acostumada, foi tirando cada peça perfumada dos armários do seu viver com suave satisfação. Havia perfume em seus campos do ontem, encontrou uma árvore com enormes jabuticabas, se viu correndo descalça em meio a terra molhada, ouviu os sussurros do amor entre quatro paredes, reviu os beijos que lhe saciaram a sede, sentiu o cheiro bom de doce vindo da panela, orou novamente ascendendo sua primeira vela e se viu ouvindo juras de amor eternas. Sorriu quando percebeu que o sono não iria mesmo dar as caras...Sorriu para os seus olhos ao olhar-se no espelho...Sorriu para o perfume dos campos do “hoje”...Sorriu por poder voltar a sorrir...

“E quando algo realmente foi engraçado ela finalmente voltou a sorrir.”


M.R.

sexta-feira, 23 de julho de 2010

iNtuiçÃo


Escuto cada movimento, cada sopro do teu pensamento, não se engane com minha displicência, ela mente! Faço-me distraída para garantir a distância adequada. Curvo-me diante de certezas que não entendo de onde vem para reservar-me o direito de ficar calada. Apenas não me pergunte o que acho para que eu não corra o risco de corromper meus votos de silêncio. Evite o transtorno de me fazer dizer o que não está preparado para ouvir. Questiono cada relato [pode apostar], sou a primeira a duvidar. Mas não se surpreenda caso a minha inadequada displicência transcender o que os olhos podem ver. Acredite...existem coisas que eu preferiria não saber.


M.R.

terça-feira, 20 de julho de 2010

dIA do aMigo...


Façamos então um brinde poético, com a mais grata necessidade de colocar em palavras o que os segundos incontáveis de nossa amizade marcaram em cada sentir.
Que nosso melhor e o nosso pior continuem de mãos dadas, afinal o que seria de nós sem nós? Todas as nossas lágrimas, risos, medos, amores, todas as nossas dores e alegrias compartilhadas...e porque não dizer...todas as nossas preces cantadas.
Se somos a ponte para a divindade, somos também a nossa dualidade estampada de maneira tão sincera que nossos olhares se fazem entender, basta apenas olhar pra ver. Ouvimos vozes e juntos acreditamos que o melhor pode acontecer, ironicamente imperfeitos por natureza, mas divinos por excelência, sabemos todos os pequenos e grandes detalhes da nossa incoerência, somos os personagens reais da nossa verdade não publicada.
As estações mudaram, muitas músicas tocaram nos atabaques e violões de nossas composições, mas acredito que algumas coisas são imutáveis, simplesmente porque são eternas, são tatuagens invisíveis desenhadas por mãos divinas.
Nossa amizade é tão simples que nem a nossa complexidade consegue complicá-la, nossos espíritos são tão conhecidos que nos reconheceríamos com qualquer rosto, enfim...nossa amizade é tão especial que de tão grande se faz pequena pra poder caber nestas poucas palavras.
Tim tim...ofereço este brinde para aqueles que conhecem muito de mim, e neste tilintar de taças poéticas, ofereço também meu tempo, meus ouvidos, meus abraços, minhas lágrimas, preces, conselhos, risos nervosos, xícaras de café quente pra aquecer...e saibam meus amigos [entre tantos], vocês estão entre os poucos pelos quais eu entraria até mesmo no inferno pra defender.

Amo Vocês!


M.R.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

PegaDas...


Tenho estado ocupada para algumas pessoas, juro que não tenho mais tempo para perder-me em certos pensamentos, nesta suposta alma iluminada, que tantas vezes se viu na condição de penada, ocultei olhares e infortúnios, sentimentos guardados que poucos souberam notar.
Sinto sua falta, queria que o “tudo” fosse “nada”, já quis tanta coisa que acabei cansada de querer, já amei tanto que aprendi a grandeza de esquecer.
Por hoje minhas orações silenciaram, minhas forças arriaram e entre as mesmas paredes de sempre não sou mais a mesma, hoje me permito até mesmo ficar triste, buscando respostas aceitáveis para o inaceitável.
Talvez eu ainda esteja tentando entender onde estão todos, tentando entender porque não tenho pra onde correr, e diante de tantas tentativas frustradas aprendi a cuidar de mim, e hoje posso viver, com ou sem você [s].
Hoje sou livre, até mesmo para ficar triste, aprendi que quando a tristeza deseja me visitar, devo ouvi-la, só assim consigo fazer a voz da dor se calar.
Cala-te “Senhora Dor”, vá embora com o teu terror, e se na minha estrada há apenas um par de pegadas, saiba que elas não pertencem a mim, são D’aquele que me carrega nos braços, e Ele estará comigo até o fim [ainda que eu não esteja].
E o “não estar” é só uma questão de tempo...amanhã eu volto.

M.R.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

eSpiNHo...


Ferimento provocado, dilacerando a vaidade para que a alma desperte, e na dor providencial faz-se emergente um novo amanhecer. Gradualmente o latejar faz sucumbir o inigualável conforto, para que debaixo das quentes cobertas se evidenciem os medos que entorpecem os sentidos.
Faz-se a hora de receber a visita do porvir para encarar de frente essas insensatas incertezas, abandonando o infeliz abandono, e no espinho que desperta fazer secar as lágrimas com os risos de depois.
Com olhos arregalados sorver o antídoto que dignifica, sentindo no corpo o amor do espírito, que fez do grito mudo da apunhalada o desmoronar do esconderijo. Ainda que sangrando, trazer na boca o gosto da liberdade, absolutamente certa do que se quer, e na estante da posteridade guardar o espinho que a colocou em pé.

M.R.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

FragMentoS






















É estranho aceitar os minutos que fazem divisão entre o querer [ter] e o olhar [ver], visto que o querer independe do tempo e o olhar segue olhando em pensamento.

Sagrado pensamento, tu que me envolve a todo o momento, em uma mania constante de vibrar alucinante, nesta pura necessidade de pintar com cores vivas a face desta cinza cidade.

Cidade que me atormenta, em cada esquina uma promessa de te ver chegar de novo, no olhar vejo passar um ir e vir de deixar louco, e no peito rasgado e vivificado de inspiração, entre tantos faz-se ouvir a voz da solidão.

Solidão sorrateira, que se arrasta pelos vãos de estradas repletas da poeira acumulada, e nos amordaça mansamente, quando vemos sentimos no corpo e na mente as seqüelas da tua arruaça.

Arruaça de sentimentos, que nos faz perdidos entre os gemidos do tempo, mas te peço [por favor], não me impeça de partir, levo comigo o que não faz mais sentido...seque tuas lágrimas e deixe-me ir.

Ir de encontro à suposta felicidade, que se não pode ser absoluta, seja ao menos curta, iluminando cada vão, para que de pequenos fragmentos se faça um lindo refrão.

Refrão de momentos que possam eternizar enfim, a minha vontade de você...e a tua vontade de mim. E entre os fragmentos que separam essa vontade, sejamos então, felizes de verdade.


M.R.