...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

auSENTE...


Depois de olhar com olhos de ver...


Subitamente minha conexão com o mundo caiu, só conseguia ouvir meus pensamentos que de tão intensos me fizeram seguir de maneira automática o caminho de volta pra casa.

Precisava voltar, não apenas para o meu lar, mas também para o meu corpo, para a minha vida e para os sentimentos que naquele momento resolveram debandar.

Não conseguia sorrir, nem chorar e até as palavras me faltaram [fato raro], juro que tentei sentir alguma coisa, mas só havia um “nada” que gradualmente me tomava.

Foi assim que a razão me explicou coisas que até então não compreendia, evidenciou outras tantas que por medo eu fingia que não via e pouco a pouco tudo foi adquirindo uma clareza tão grande que parecia não ter fim, quanto mais aquele “nada” interno percorria as minhas veias mais eu percebia o quanto estava ausente de mim!





“Se um dia me arriscar num outro lugar,
hei de levar comigo a estrada que não me deixa sair de mim.”

(Mia Couto)





Maria Rita




sábado, 27 de novembro de 2010

AdoRo...


Adoro quando você me protege


Mesmo que seja brincando


Adoro quando você me fala das tuas coisas


Mesmo que eu não acredite


Adoro quando displicentemente você me arranca sorrisos


Mesmo que eu esteja triste!





[Quando a gente pensa que naquele beco não tem saída vem um amigo e desenha soluções! Por isso adoro TANTO!]





Maria Rita



quinta-feira, 25 de novembro de 2010

maRcas...


Quebrou

Machucou

Espalhou


Medicou

Assoprou

Remendou


U

F

A


Passou!




Restaram apenas algumas cicatrizes deixadas em lugares que só eu sei [sinto], o que me importa é que a dor cessou, embora lateje muito nos dias frios...




Maria Rita



terça-feira, 23 de novembro de 2010

declarAÇÃO...



Falando pra ti do meu sentir


[Declarei...]


Roubando os teus sentidos


[Provoquei...]


Todas as palavras que eu disse


[Provei...]


Em cada centímetro do teu arrepio!





Maria Rita



domingo, 21 de novembro de 2010

pétalaS...


Não posso mais ficar...


Quero a paz despojada de quem se permite partir.


Mas vou deixar minhas pétalas pela estrada,


no caso de você um dia querer me seguir!




"Eu só quero celebrar

as minhas flores de dentro

da forma mais adequada.

Eu não tenho mais tempo

para ser aquela pessoa certa

na tua hora errada."
(Marla de Queiroz)





Maria Rita



quinta-feira, 18 de novembro de 2010

LarGuei...


Existem fatos que nos dão motivos de sobra para manter o óculos escuro grudado no rosto, são momentos onde rir se torna algo desgastante e que gente com bom-humor parece sintoma de alguma patologia esquisita.


Quando isso acontece o melhor a fazer é esfriar a cabeça e simplesmente...admita!


Largue essa mania de que gente forte e admirável é do tipo que não chora, não perde a pose e vive com cara de garoto propaganda de livro de auto-ajuda.


Esse tipo de atitude é de matar qualquer ser!


Transborde seus cansaços, ligue o ‘foda-se’ de vez em quando e deixe-se surtar pra não correr o risco de vir a enlouquecer.




“(...) e morra a puta que pariu

minha tristeza.”

(Adélia Prado)




Maria Rita



quarta-feira, 10 de novembro de 2010

PerMitir...


Vou me jogar nos braços da espontaneidade e deixá-la ditar as regras, pois que não me deixando padecer de tédio me sirva de remédio para fazer as pazes entre a boa e a má moça que existe em mim.


É uma falta de sacanagem sem igual essa história de 'normal' que sei lá quem definiu ser a forma exata de quem vive acima do bem e do mal.


Mostre-me as tuas arestas que eu te direi sem pressa que em nome da tua normalidade perdes-te sem dúvida muitas das tuas verdades.


Hoje vivo assim, livre, leve, loira e descompassada.


Calma seu moço este é só o meu jeito de compor a minha melodia, de trazer no olhar a minha sinfonia e de fazer aflorar da pele esse sentir que não tem fim.


Que Deus não deixe que me seja tirado esse tal dom para a poesia, já pensou que triste seria olhar para os dias e ver somente...dias?



Maria Rita



sábado, 6 de novembro de 2010

LevezA...


[Querendo-te]


Aqui bem mais que perto


[Apaguei]


Por entre as folhas secas o medo do incerto


[Aprendi]


Que é na leveza que enxergamos a vida com clareza


[Libertei-me]


De ti, de mim e da tristeza que mantinha minha alma presa


[Voltei]


Pra dizer que depois que o mau tempo passou floresci mais plena pra ser de mim


[Agora]


Quem sabe assim eu mais repleta de mim possa ser também um pouco mais de você!?


[Sim!]





[Querendo-te/Apaguei/Aprendi/Libertei-me/Voltei/Agora/Sim!]





Maria Rita



quarta-feira, 3 de novembro de 2010

pRoNta...


Certa vez ela perdeu a fé nos seres humanos a tal ponto que chegou a ter medo de nunca mais conseguir encontra-la.

Surpreendeu-se com sua capacidade de criar desculpas para justificar questões injustificáveis, quando bastava apenas a mudança de certas atitudes para evitar lágrimas bem prováveis.

Caminhou à margem de si mesma com tantos “se’s” na cabeça que nem sabia mais ao certo se já haviam passado 365 dias ou um único dia 365 vezes.

Cansou!

Subitamente empenhou-se a fazer da vida algo além de um punhado de palavras inertes em um papel empoeirado, desistiu de querer encontrar a fé olhando para os lados. Estava ciente de que seria uma tarefa solitária, ainda que necessária.

Fartou-se de ouvir [e dar] belos conselhos e encontrou finalmente a fé quando decidiu olhar-se no espelho.



“Andamos tão desencantados

que ser decente parece virtude,

ser honesto ganha medalha

e ser mais ou menos coerente

merece aplausos.”

Lya Luft



Maria Rita