...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

terça-feira, 26 de outubro de 2010

dEntrO...


Encanta-me com este teu olhar de quem entende mais de mim do que eu.


Sabe tão bem enumerar cada um dos meus despropósitos que chego a enrubescer diante da tua forma de me tocar com estes teus olhos de ver.


Faz-me nua para com os meus segredos.


Chego quase a acreditar que é capaz de me amar ainda que eu seja tão cheia de inconstâncias e defeitos.


Sorrio internamente quando meio que de repente alguém nos chama de ‘casal’.


Gostei de me enxergar no teu olhar.


[Confesso...]


Ainda que o amor fosse uma simples questão de escolha por certo escolheria te amar!




Maria Rita



domingo, 24 de outubro de 2010

TocaR...


Conversei com a natureza

Mergulhei meus pés esfolados

Senti o pulsar da correnteza

Cantei sons e respirei afagos

[Aqueles de que preciso tanto!]




O que mais gosto nesta minha maneira de sentir fé é que ela não precisa de religião para tocar o meu espírito.




Maria Rita


sábado, 16 de outubro de 2010

dELE...


Declaro desejos

Sou minha voz

Minhas curvas

Sou meu cheiro


[Pele]


Coleciono exageros

Tatuo arrepios

Deslizo por teus caminhos

Sinto o gosto


[Língua]


Em um gole só

Vontade...

Boca...

Membros...


[Saliva]



Maria Rita


segunda-feira, 11 de outubro de 2010

RespirAR


Acredito que poetas e poetisas precisam mergulhar em suas palavras para não submergirem em si, repletos de linhas criadas com esmero [ou não], somos nossas inspirações e viajamos nos perfumes, tempos, pensamentos e infinitas possibilidades que lançamos ao vento com o simples intuito de arrancá-las do peito e deixá-las voar por aí, simplesmente livres para existir.

Eventualmente esse ritmo diário alimenta uma vontade de algo indefinido que me faz querer partir sem saber pra onde ir. É uma vontade imensa de juntar-me a estas letras e sair pelo ar conjugando o verbo ‘fugir’. Levaria comigo apenas essa vontade extrema de querer tocar o céu transbordando os meus cansaços e alinhando em meus braços essa paz que [mereço] preciso ter.



"Um dia desses,

eu separo um tempinho

e ponho em dia todos os choros

que eu não tenho tido tempo de chorar."
(Carlos Drummond de Andrade)



Maria Rita



quinta-feira, 7 de outubro de 2010

vEm...


[Não me deixe só...]


Se não posso querer trazer-te do meu pensamento pra te abraçar com o intento de fazer você ficar...quem sabe o resto da vida.


[Não me deixe só...]


Vou abrir a porta, vou deixar você entrar pra enfim ficar contigo, ser o teu [meu] abrigo e entre tantas outras coisas te dar o meu melhor sorriso.


[Não me deixe só...]


Me come com teus olhos de fome pra atordoar o meu sentir de um jeito tão seu que até o que é meu queira perder-se em ti.


[Não me deixe só...]


Porque sozinha posso acreditar que não vale a pena, posso querer desatar esse nó, e ainda que sejam ‘teus’ os meus sentidos posso não querer mais ficar só.




“Não me deixe só
Tenho desejos maiores
Eu quero beijos intermináveis
Até que os lábios mudem de cor.”

(Vanessa da Mata)




Maria Rita


Nao me deixe só -Vanessa da Mata by Maria Rita



quarta-feira, 6 de outubro de 2010

MuRos [?!]


Que muros são estes que limitam o meu sentir?

Fico escondida atrás do meu olhar tentando não jorrar exageros e absurdos típicos de um peito descompassado. Perdida em meio a esse excesso de bem querer, sinto-me tentada a invadir esses limites invisíveis traçados por um bom senso irritante, que cheio de boas intenções te protege da minha incapacidade de resistir ao teu jeito instável de me invadir.

Chega de esperar, rendo-me a essa vontade de expulsar de mim este disparate sentimental, vou romper os meus [teus] limites antes que este pouco espaço me leve para caminhos sem volta.

Não tente me segurar, evitarei ser decifrada porque cansei de decifrar, quero assassinar tuas meias palavras com minhas palavras inteiras, quero injetar meu fogo em tuas veias para ler em teus olhos os efeitos colaterais das minhas verdades sempre tão habituais.

Matarei a queima roupa estes limites repletos de uma segurança burra, esperarei inteira por uma sentença justa, ainda que seja condenada ao cárcere do esquecimento estarei satisfeita, prefiro uma condenação sensata do que ficar livre no vão entre o tudo e o nada.



Maria Rita