...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

terça-feira, 22 de junho de 2010

siLênCio



“Estou deixando o ar me respirar
Bebendo água pra lubrificar
Mirando a mente em algo producente
Meu alvo é a paz.”
Ângela Ro Ro















Assim como um poeta, me faço de letras para romper os limites, me fazer de ouvinte, falar com o vento e me permitir olhar pra dentro.
É como fazer amor com a própria alma, em um mútuo desejo de afagar a solitude que todos sentimos. Ficar muito tempo sem se dar a esse deleite, faz gerar um vazio no meio do peito, e o primeiro sintoma é buscar a atenção alheia, quando na verdade precisamos apenas estreitar as nossas próprias fronteiras.
Sabe aquele estado de privacidade que não significa propriamente solidão? É o querer estar "consigo mesmo" sem dor.
Por vezes preciso do silêncio pra me ouvir melhor...sem me preocupar em escrever um lindo texto ou um sensível poema, deixar-me apenas ser uma humilde espectadora de mim mesma.
Sinto o corpo exausto das tormentas de meus pensamentos, por me manter em um ritmo interno tão intenso, que chego a ter preguiça das pessoas e do mundo [eu me basto nesse infortúnio]. E de mãos dadas com o meu cansaço me entrego ao silêncio, pra poder ouvi-lo repousar na paz que somente minha alma pode me dar.


E assim me preencho de mim...



M.R.

Nenhum comentário: