...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

sábado, 19 de junho de 2010

IdeNtidAde


No toque de seus segundos vai recolhendo lágrimas e risos, em uma contínua sucessão de fatos, aumentando ou diminuindo o nosso compasso, e de uma maneira tão sua nos ensina a todo o momento, como somos pequenos diante dos projetos do Tempo.


Sabe quando o ontem já não significa nada, e de repente seus medos ficam sem sentido?
Sabe quando você se depara com as chaves de sua prisão, e se dá conta de que elas sempre estiveram ali, ao alcance da mão?
Sabe quando chega o momento de ser mais você,
e ainda assim amar o amor?
Sabe quando você pega seus piores rascunhos
e se dá conta de que eles são na verdade
a sua maior obra de arte?

No olho não tenho mais o olhar da menina de antes, sou hoje a soma de todos os meus “ontens”, e não vou pagar o preço do amanhã, pois hoje sei que ele não existe.
Parei de desejar que o mundo fosse diferente e passei a me olhar no espelho, desisti de querer ter sempre razão para gostar de perde-la, vi que minha mente pode me atormentar, que preciso de amigos e que é muito triste viver sem quebrar os princípios.
Se no ontem estão as minhas dores, estão também os meus amores, minhas noites bem [e mal] dormidas, estão todas as minhas feridas que nas cicatrizes do hoje me faz ser o que sou com tudo que isso implica.

Não me compare com quem quer que seja...

Sou assim...
Sou eu mesma...
Sou o meu pior e o meu melhor...
Sou a aceitação das incertezas...
Esse foi o maior presente que o tempo me deu...
Simplesmente...
EU

"Por tanto amor
Por tanta emoção
A vida me fez assim
Doce ou atroz
Manso ou feroz
Eu caçador de mim"
Milton Nascimento



M.R.

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