...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Desembarque...





"Você ainda está aqui...de alguma forma."















Sinto repousar o silêncio que tuas palavras deixaram, quando no ar ficou a revoada da decolagem de sua presença.
Desconfortável descontrole...não permitirei que se mantenha em mim! Porém como evitar se tua presença se mantém no perfume deixado em minha pele, e em sensações que a distância não deveria permitir.
Que lágrimas foram essas que ousaram me visitar acompanhadas de um desespero que apenas os fracos deveriam sentir, seria fraqueza ou apenas meu coração decidindo me mostrar quem manda por aqui?
Se ao menos esta sede deixada pudesse ser saciada por outra água, mas na boca ficou apenas o gosto amargo de algo inacabado e de palavras que morreram na ânsia de vir a existir.
Já que decidiu partir então leva o que te pertence, e tire daqui esta presença que insiste em me assaltar tentando roubar este brilho que é meu!
Queria eu poder desistir de querer, arrancar do pensamento as vozes que me dizem das tuas fragilidades, se ao menos eu soubesse que não te faria feliz, e que sou o homem que você nunca quis, mas nem este consolo eu posso me dar, pois sei que é na minha água que está o remédio que cura o vazio que insiste em te acompanhar.
Me diga qual é a língua que devo falar para fazer-lhe entender que a vida é mais do que você parece saber, e entre tantos compromissos da tua agenda atarefada, fica marcado em tempo integral uma solidão que não te deixa ir, e mesmo no movimento de tuas responsabilidades, na alma fica guardado a impossibilidade do sentir.
Coloco minha atenção em você sem você estar, “aeronaves seguem pousando sem você desembarcar”, e no vão de nós dois ficou instalado as palavras que ainda ei de te dizer...mesmo relutando, meu coração sabe a sorte que tive em ter encontrado alguém como você.
Seguirei te cuidando...ainda que você não precise saber...


“Já tentei esquecer
Fingir que vai mudar
Que com o tempo vai passar
Mas é sempre igual
Ninguém pode saber
O quanto eu penso e sinto por você
Mas é sempre assim
Tenho medo de dizer
Que sem você aqui
Os meus dias são sempre iguais”

(Luiza Possi)



"Meu amigo...eis aqui um pouco [muito], de você."

M.R.

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