...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

sábado, 18 de setembro de 2010

Eu SEI...


Entendi teus verbos, ainda que não os tenha verbalizado. Me vi em tua insônia subta e naquelas perguntas que morreram com vontade de vir a existir. Recebi aquele abraço com cheiro de proteção e senti seu olhar em minha nuca implorando minha atenção. Sim eu sabia desde o início, sabia que eu viveria em você e você viveria em mim, sabia que nada ali era por um acaso, reconheci-o atrás de seus traços e você desvendou todos os meus complexos compassos. Existem coisas que são o que são, contestar certos fatos é querer medir forças com Deus. Juro que tentei lançar meu coração na máquina de lavar várias vezes, lavando e centrifugando ininterruptamente só para ver se em alguma daquelas lavadas pudesse escoar pelas águas esse doce veneno que sorvemos no momento exato em que nos conhecemos. Também sei que estou por aí perdida nas tuas manias de mim, ainda que tente fugir sua mente me acha, estou no doce de um perfume qualquer que viaja desgovernado pelo ar, estou naquele livro, naquela música, em um filme de amor e na novela das seis. E como se não bastasse estou em cada beijo que nasce e morre com o gosto amargo da falta de nós dois, santa estupidez! Condenados ao calabouço do esquecimento movidos por um silêncio que fala? Não, acho que não, somos muito mais do que esta esquizofrenia poética, somos risos e conversas guardados para um porvir já marcado, somos o impossível visível e palpável, e entre tantos compromissos...por hora...sejamos felizes de fato [será?]...apenas te peço...esteja lá...não suportaria um minuto sequer do seu atraso.



Vamos viver assim

Como se eu não estivesse em você

Nem você estivesse em mim,

Mas sei lá,

Estou quase me acostumando,

Seu rosto está quase se apagando

E quando eu quase me esqueço

Aí me lembro ainda mais



Maria Rita



Eis aqui o meu [teu] traçado...espero que goste!




Um comentário:

disse...

Foda!

Nada além disso.