...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

terça-feira, 17 de agosto de 2010

SanTO...


Não me ame! Esse teu amor me expõe à tua estranha forma de sentir o meu cheiro, a textura do meu cabelo e de um jeito todo seu demonstra saber muito de mim. Só não me pergunte como sei que você passa por aqui, simplesmente sei, especialmente quando ficamos tristes, sentimos um ao outro em uma linguagem cheia de sintomas físicos e pensamentos atípicos.

É no silêncio que o dito se cala para que a alma se manifeste. No olhar se concentra o que da língua se ausenta em um ato de renúncia ao próprio cansaço. Leia-me se for capaz, mas não me peça para explicar, não vou jogar minhas palavras ao vento para que em vão elas se percam nas revoadas.

Simplesmente hoje não quero falar nada, minha tela de letras está vazia para que no branco da minha poesia se escreva o que minhas letras não se fizeram compreender. Minha expressão supera a tua razão e ainda assim continua viva em mim como que querendo tomar vida própria, é na ausência que hoje ofereço a ti o meu silêncio por ser ele a única coisa que restou.

Esvaziei-me de sons para preencher-me de saudade e deixei o frio envolver meu coração em respeito a essa exaustão que me toma, e entre tantas promessas de começo sem fim descobri que meu sonho se faz 'Santo', por ter o dom divino de poder trazer você pra mim.


Maria Rita


Eu Queria Que Voce Viesse by Maria Rita

Um comentário:

disse...

Li, e sei lá.
Enxerguei o que talvez mais ninguém enxergue.
Mas não ME enxerguei, o que você sabe... pra mim é melhor assim.

Lindo!

Beijo doce