...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

domingo, 25 de julho de 2010

SoRRir


Deitada na cama ela rolava de um lado ao outro na sua bagunça mental, eram tantos pedaços de tantas coisas que poderia até perder-se em meio a eles, como de fato se perdeu. Encontrou lugares escuros que preferiu não entrar [já conhecia bem aquele lugar], porém encontrou também pedaços bons que um dia resolveu esquecer. Quando estava na escuridão lembrar-se deles fazia doer. Mas diferente do que estava acostumada, foi tirando cada peça perfumada dos armários do seu viver com suave satisfação. Havia perfume em seus campos do ontem, encontrou uma árvore com enormes jabuticabas, se viu correndo descalça em meio a terra molhada, ouviu os sussurros do amor entre quatro paredes, reviu os beijos que lhe saciaram a sede, sentiu o cheiro bom de doce vindo da panela, orou novamente ascendendo sua primeira vela e se viu ouvindo juras de amor eternas. Sorriu quando percebeu que o sono não iria mesmo dar as caras...Sorriu para os seus olhos ao olhar-se no espelho...Sorriu para o perfume dos campos do “hoje”...Sorriu por poder voltar a sorrir...

“E quando algo realmente foi engraçado ela finalmente voltou a sorrir.”


M.R.

Um comentário:

disse...

Pq só aprendemos a sorrir depois de muito chorar?
Queria realmente ter aprendido antes a sorrir... só por sorrir.

Beijo Ri!