...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

sexta-feira, 9 de julho de 2010

eSpiNHo...


Ferimento provocado, dilacerando a vaidade para que a alma desperte, e na dor providencial faz-se emergente um novo amanhecer. Gradualmente o latejar faz sucumbir o inigualável conforto, para que debaixo das quentes cobertas se evidenciem os medos que entorpecem os sentidos.
Faz-se a hora de receber a visita do porvir para encarar de frente essas insensatas incertezas, abandonando o infeliz abandono, e no espinho que desperta fazer secar as lágrimas com os risos de depois.
Com olhos arregalados sorver o antídoto que dignifica, sentindo no corpo o amor do espírito, que fez do grito mudo da apunhalada o desmoronar do esconderijo. Ainda que sangrando, trazer na boca o gosto da liberdade, absolutamente certa do que se quer, e na estante da posteridade guardar o espinho que a colocou em pé.

M.R.

Um comentário:

disse...

Só se conhece o caminho quando já se está nele.
E doer é caminho...

Beijo de MF.