Ela decidiu ir, trancou a porta para não ter mais que olhar pra traz, seria solta em seu caminhar e as incertezas seriam o seu rumo, mas não podia mais ficar, o peso do “certo” já era maior do que o medo do “duvidoso”.
Trazia na boca o gosto amargo de tudo que ali ficou guardado, e no coração carregava a certeza de que brincar de ser feliz, não é “ser” feliz, a mulher de hoje não queria príncipes nem princesas, e por mais que ele quisesse e ela tentasse, não era aquele conto de fadas que queriam viver.
Santa ignorância...
Era muito mais fácil o tempo em que ele a acompanhava e ela podia fingir, alimentando-se da certeza alheia de uma felicidade representada.
Fingir tornou-se pesado demais para sustentar os sonhos de antes, foi aí que ela precisou dizer a ele que não era sua princesa, e que nem sequer gostava de príncipes.
Não havia beijo capaz de acordá-la para mante-los ‘no felizes para sempre’.
Foi assim... brincando de Alice, que ela entrou por uma porta e cruzou com um coelho maluco que gritava: É tarde!
[ela sempre gostou de coelhos]
E seus gritos ecoavam em sua cabeça, até que ela entendeu o que ele dizia...era tarde para viver o “nós”.
Aquele “nós” que não existia [se é que um dia existiu].
E não importava mais nada, só a vontade de ser.
Ser tudo que ela não havia sido, ter tudo que ela não tinha tido.
E a culpa não era de ninguém.
Foi um conto de fadas com os personagens trocados.
Ele [quase príncipe] procurava uma princesa indefesa pra salvar, e ela que não era indefesa, se vestiu de princesa para ser salva [?].
Papéis trocados, sonhos invertidos, caminhos truncados.
Foram [?]
Não são mais... nunca serão o que um dia fingiram ser.
Um comentário:
Tenho certa compulsão por coelhos...
me faltam o coelho da Alice e o coelho amarelo do Puff...
Se bem que... agora é tarde.
Me alimento de outras compulsões.
Beijo doce!
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