...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

sábado, 7 de agosto de 2010

SaLtO...


Sucessivas ações se misturam em uma composição romanticamente ridícula. Como poderia ‘ela’ descer do belíssimo salto que a mantinha acima do bem e do mal? Sentia-se vítima daquelas borboletas ensandecias, que de tão ingênuas [coitadas], brincavam destrambelhadas em um território minado e sem qualquer prévia autorização.

E para piorar o contexto enjoativamente meloso, aquele dia frio lhe infernizava os sentidos. Foi ver uns amigos, ascendeu um cigarro, tomou um vinho e absolutamente inquieta lembrou-se de como era bom quando podia mandar no seu sentir, definitivamente as coisas estavam diferentes por ali.

Com uma certeza assustadora, estava dominada por desejos e sensações que iam contra a sua estrutura pessoal, algo estranho invadira seus controles internos provocando-lhe aqueles suspiros [des] agradáveis, sem contar aquela vontade enervante de ser 'dele'....'Como assim!!!!!' 'Ninguém merece!!!' 'Salvem-me de mim!!!'...repetia isso ininterruptamente.

O mundo já havia lhe ensinado que não é cor de rosa [pra ela isso era coisa de adolescente daltônica], ainda que não pudesse aceitar que o tempo não a faria errar menos [e sim melhor], e que o cérebro era só mais uma parte daquela engrenagem deturpada, estava a um passo de jogar-se no tudo ou nada.

Claro que ela sabia que já era um fato, o que antes parecia ser impossível se fazia visível naquela luz estranha que trazia em seu olhar, de súbito decidiu não oferecer mais resistências, até porque já era tarde demais pra querer voltar atrás.

Já que não podia comprar o controle remoto do seu sentir, rendeu-se às asas indecentes daquelas borboletas incoerentes que insistiam em dar rasantes em seu estômago, fazendo-a estampar no rosto, de um jeito escancarado, ‘aquele sorrisinho’ amplamente enamorado [medo!].

Decidiu-se [fingindo ainda ter alguma capacidade de se conter], que faria o doce sacrifício de prender-se àquele homem para libertar-se daquela tortura que lhe queimava a epiderme. Respirou profundamente, largou a taça de vinho vazia, calou a voz de sua mente e foi colocar a beleza em dia.

Saiu pisando firme com seus encantos de mulher que queria ser tocada por mãos decididas, no alto de seu belo salto deixou-se conduzir por sensações que a muito não sentia, e ainda que tivesse muito medo daquelas sentimentalidades, não poderia condenar-se ao erro certo da infelicidade.


"Eu não hesitarei mais, não mais
Isso não pode mais esperar, tenho certeza
Não há necessidade de complicar, nosso tempo é curto"
Jason Mraz


Maria Rita


02-jason mraz-im yours by Maria Rita

Um comentário:

disse...

Li sorrindo... ;)