"Tornar o amor real é expulsá-lo de você pra que ele possa ser de alguém."
(Nando Reis)
“Quando não se tem mais nada”, e perdemos tudo que há pra perder, fica apenas aquela sensação de que não temos mais tempo, e somos obrigados a olhar para dentro da gente e ver [sem óculos escuros], a nossa vida e o que fizemos dela.
“Nem chão, nem escada, escudo ou espada”, perdemos as armas e os argumentos, o peito fica aberto e cansado de sentir aquele auto-tormento, e então, nos deixamos levar pela correnteza, paramos de fazer força pelo simples fato de que nada mais valerá esse esforço.
“O seu coração acordará”, e na entrega total aos nossos medos vemos que ainda sim não morremos, e na nudez de nossas almas encontramos os nossos sentimentos verdadeiros...pulsando...não mais pela dor...mas sim pela necessidade de amor.
“Acordará no mesmo lugar”, porque a felicidade e o bem-estar não estão do lado de fora, e no mesmo ambiente onde só vemos dor, renascemos com o corpo todo surrado, a luz se ascende, e vemos o nosso cansaço espalhado por todo lugar, é como sair do deserto para ver o quanto estamos famintos de vida.
“Quando não se tem mais nada, não se perde nada”, e essa sensação nos liberta, sentimo-nos “livres do temor” de nosso inferno íntimo, e como borboletas voamos em busca de outros horizontes, ainda que com o peito ofegante, não temos outra alternativa se não a de secarmos as nossas lágrimas, curarmos as nossas feridas, para enfim vermos que mesmo passando por “mortes diárias”...continuamos vivos.
“Então agora dá para dar amor”, por estarmos livres do medo da foice [já que ela não poderá levar o que já se foi], e do sangue jorrado nasce uma flor, que timidamente renova as nossas forças nos tornando melhores que ontem, é aquela sensação orgasmática de finalmente podermos dizer...
“ADEUS DOR!!!!!”
M.R.
(Inspirada na letra da canção “Mantra” – Nando Reis)
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