...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

preçoALTO...


Jurei para mim que não abordaria mais certos temas, talvez numa tentativa ilusória de que se eu não mais escrevesse sobre eles simplesmente sumiriam de dentro de mim.

Seres humanos são engraçados, complicam o que é simples por motivos que muitas vezes desconhecem, e simplificam o que é complexo para não ter que enfrentar o que na verdade já estão enfrentando.

Ás vezes me parece que o ‘não sentir’ está virando regra geral.

Já notaram como as pessoas andam cansadas e carentes de coisas simples?

Sentimos carência de olhar no olho um do outro, de ligar ou receber uma ligação com a simples intenção de dizer “oi pensei em você”, de elogios singelos, de abraço fraterno e de deixar fluir o que vai ao coração.

Está tudo tão pré-programado que precisa ter data certa para justificar um afago.

Acostumamo-nos ao ruim, a um mundo onde impera a pressão, a crítica, a rejeição, os rótulos e tantas outras coisas que até mesmo quando temos motivos para ficarmos no ‘bem’ escolhemos ficar na expectativa do ‘mal’, com a justificativa de que quando ele chegar não nos pegará de surpresa.

Entendo que a malícia seja necessária para nos defender da maldade do mundo, mas será que não estamos pagando um preço alto demais?

Quer saber de uma coisa...

Cansei dessa palhaçada, prefiro ser mal interpretada a ter que viver por aí respirando apertado e fingindo que sou feita de lata.




“Saia do quintal de si mesmo e descubra o próprio jardim."

(Carlos Drummond de Andrade)





Maria Rita


12 comentários:

Paulo Francisco disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paulo Francisco disse...

Ótimo, Maria Rita.
E voltemos a respirar como as crianças - pelo abdome: lento e profundo, sem medo.
Adorei!!!!!!
Umm grande beijo.

Anônimo disse...

Tá tudo muito sério e tedioso mesmo.

Compartilho do inconformismo...

Sandra Gonçalves disse...

É por isso que quando me chamam de sonhadora eu respondo: Quando eu deixar de voar...Me enterrem.
Bjos achocolatados

Guará Matos disse...

Por isso enfio a mão nos temas que rotulam de polêmicos e instigo as emoções alheias. Alguns adoram, outros me titulam de lascivo, obsceno e nem ligo! Aperto o "botão do foda-se" e sigo.
Noto que uma grande parte das pessoas preferem o "picolé de chuchu" e não entendo porquê! Desculpe-me, mas quero levar uma vida moderninha sem anacronismos e merdisses omissas.

Bjs.

Pat. disse...

Bem forte tua expressão aqui minha amiga, mas de uma sabedoria imensa!

Obrigada por teus mimos e carinhos, desculpe a ausência. São as idas e vindas da vida.

beijos.

Bia disse...

sejamos simplesmente NATURAIS...a vida torna-se mais leve...e mais fácil!

Adorei o desabafo!

beijos!

Bia

Michele Pupo disse...

Maria Rita

O texto, do princípio ao fim, ficou admirável, fabuloso, mas gostei muito deste trecho:

"prefiro ser mal interpretada a ter que viver por aí respirando apertado e fingindo que sou feita de lata."

Identifiquei-me com ele!
Lindo,lindo!

Bjs

Fanzine Episódio Cultural disse...

COMO PARTICIPAR NAS EDIÇÕES DO EPISÓDIO CULTURAL?
O Fanzine Episódio Cultural é uma publicação bimestral sem fins lucrativos, distribuído na região sul de Minas Gerais, São Paulo (capital), Belo Horizonte e Salvador-BA. Para participar basta mandar um artigo: poema, um conto, matérias (esporte, arte, sociedade, curiosidades, artesanato, artes plásticas, artes cênicas, biografias, etc.) em Times Roman 12. Pode mandar também artigos que abordem: cinema, teatro, esporte, moda, saúde, comportamento, curiosidades, folclore, turismo, biografias, sinopses de livros, dicasde sites, institutos culturais, entre outros.
Mande em anexo uma foto pessoal para que seja publicada juntamente com a sua matéria.. Mande também (se desejar) uma imagem correspondente ao assunto abordado. Caso o artigo não seja de sua autoria, favor informar a fonte.
PARA ENTRAR COM CARLOS (Editor)

Caca disse...

O espirito da competição (visando não apenas uma conquista, mas a eliminação do outro) está chegando aos extremos nas atitudes e gestos humanos. Lindo o texto, Maria Rita! Meu abraço. paz e bem.

Malena disse...

Também prefiro "abrir o peito às balas" do que usar uma armadura! Dói mais? Dói! Mas dá para sentir :)

Phiorelo disse...

Adorei esse texto, é realmente isso o que vem acontecendo. Complicam o simples e simplificam o complexo para não terem que enfrenta-lo.

Muito bom!