
Você vai embora me deixando bem diferente de quando você
chegou, as mudanças foram tantas que tentar resumi-las me exigiria uma
inspiração que no momento não disponho, diga-se de passagem, ‘inspiração’ é uma
palavra que não se adaptou muito bem durante os teus longos dias.
Poucos posts, muitas marcas e profundas lições, acho que isto resumi bem o
tsunami provocado pelo teu humor um tanto esquisito, tuas ondas destruíram todas
as minhas proteções e me mostraram à duras penas que sou mais forte do que
supunha.
É fato que não sentirei saudades, mas tenho que reconhecer, você me levou por
caminhos bem didáticos, acho até que o que eu chamava de ‘proteção’ no fundo
tinha mesmo é virado ‘prisão’ e só eu que não havia percebido.
Você me libertou do que eu queria e até mesmo
do que eu nem queria, me ensinou que não estou no controle das coisas e que a ‘simplicidade’
é a forma mais rica de viver.
Hoje uso menos palavras para explicar mais coisas, carrego saudades que vou ter
que aprender a conviver e finalmente me livrei da ‘teoria literária’ de versos
bonitos para senti-los na pele.
Agradeço a Deus por você ter vindo, mas agradeço mais ainda por você estar
partindo e levando com você a menina medrosa que morava aqui dentro de mim.
Que venha 2012 e que nestes poucos dias que nos separam dele possamos entender
aquela frase que desconfio que nunca vou cansar de citar...
“Não se iluda nada muda se você não mudar!”
[Maria Rita]