...minha escrita até pode ser autodidata,
mas está bem longe de ser autobiográfica...

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

ELEs...


Sucumbiram...

Diante de tanto que poderia ser mais

Diante do mais que se reduziu ao pouco

E foi por tão pouco que findou no quase

Quase se olharam e se viram

Quase falaram e sentiram

Mais uma vez...

Quase tentaram

E no vazio do “quase”

Sepultaram o que não é feito de letras

Improvável?

Desperdício?

Mais que isso...

Um sentir negligenciando

Inevitável...

Suicídio!


Para [sobre] viver o amor precisa de cuidados

Algumas gentilezas

Pitadas de perdão

Muita paciência

Olhares de admiração

Um certo silêncio

Algumas [in]certezas

Um pouco de surpresa

Muito espaço

E algum amparo

Hoje ele morreu e me doeu

Hoje...


E

n

f

i

me calo!



Maria Rita


sábado, 25 de setembro de 2010

tEmpO



[Ele!]
Tempo...tempo...tempo...tempo...
Passa sem ninguém ver
Laceia a alma e aperta o peito
E no átimo de um segundo tudo se altera
Para logo em seguida dizer...
[Espera!]
Desafiando paciências
Ajustando incoerências
Mesclando entre o bem e o mal estar
Em uma dança cheia de movimentos
Nos invade com o que só ele pode ensinar
[Só o tempo!]
Faz o espírito aprender
Substituindo maldades
Por sorrisos e amores conquistados [ou não]
Eternizando verdades
Nos provando que nunca nada é em vão
[Renasço!]
Em vidas e mortes diárias
Para novos tempos chegar
Embalados por este ‘Senhor’ da razão
Aprendemos muito com cada ato
Amor...Dor......Alegria...Ilusão...
[Fato!]




“Por seres tão inventivo

E pareceres contínuo

Tempo Tempo Tempo Tempo

És um dos deuses mais lindos

Tempo Tempo Tempo Tempo”

(Caetano Veloso)



quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Despertando a Alma: “Dez de Copas"


O Dez de Copas chega para nos falar de saturação, compromissos e excessos que muitas vezes em nossas vidas absorvemos em prol dos outros [família, chefe, trabalho e etc...].


São os “tem que” impostos pela vida, que apesar de muitos deles terem seus propósitos, não podemos abrir mão [em tempo integral], de nossas mais profundas necessidades emocionais, mesmo que seja em virtude de causas extremamente justas.


Sabe quando tudo está aparentemente bem, mas ao mesmo tempo sentimos uma sensação estranha de que nossa alma está presa?


É neste ponto que o Dez de Copas entra pra dizer que as maiores guerras podem estar dentro do nosso próprio ser.


Ficamos tão focados nos afazeres do dia a dia que não abrimos espaços para o “natural” e o “espontâneo” em nosso roteiro diário, seguimos em um contexto politicamente correto, porém vazio de alma, isento de liberdade e profundamente mecanizado.


Analise sua vida, seja sincero consigo mesmo e tente notar o que não está sendo mais verdadeiro, abra-se para pedir algum tipo de ajuda e busque mudanças nas pequenas coisas.


Geralmente só percebemos o peso que estamos carregando quando o largamos por alguns segundos para aliviar os braços.


Quando o preço de uma vida aparentemente completa for a infelicidade é sinal de que existem muitos excessos com pouca sinceridade.




**Dica da Criança Interior (Peter Pan): Mesmo que lutar por segurança e estabilidade na vida cotidiana seja uma atitude sensata, conceda a si mesmo a liberdade de sonhar, fantasiar e aventurar. Faça um passeio de canoa, beije na boca, declare-se pra quem você ama, veleje ao por do Sol ou ouça as ondas que quebram na praia. Passe algum tempo numa região de natureza, perceba os pássaros e brinque com seu animal de estimação. Não hesite em voar para os reinos sublimes da imaginação, é assim que trazemos para a nossa realidade pequenos pedaços de grandes felicidades.




Maria Rita




**Tarô da Criança Interior



sábado, 18 de setembro de 2010

Eu SEI...


Entendi teus verbos, ainda que não os tenha verbalizado. Me vi em tua insônia subta e naquelas perguntas que morreram com vontade de vir a existir. Recebi aquele abraço com cheiro de proteção e senti seu olhar em minha nuca implorando minha atenção. Sim eu sabia desde o início, sabia que eu viveria em você e você viveria em mim, sabia que nada ali era por um acaso, reconheci-o atrás de seus traços e você desvendou todos os meus complexos compassos. Existem coisas que são o que são, contestar certos fatos é querer medir forças com Deus. Juro que tentei lançar meu coração na máquina de lavar várias vezes, lavando e centrifugando ininterruptamente só para ver se em alguma daquelas lavadas pudesse escoar pelas águas esse doce veneno que sorvemos no momento exato em que nos conhecemos. Também sei que estou por aí perdida nas tuas manias de mim, ainda que tente fugir sua mente me acha, estou no doce de um perfume qualquer que viaja desgovernado pelo ar, estou naquele livro, naquela música, em um filme de amor e na novela das seis. E como se não bastasse estou em cada beijo que nasce e morre com o gosto amargo da falta de nós dois, santa estupidez! Condenados ao calabouço do esquecimento movidos por um silêncio que fala? Não, acho que não, somos muito mais do que esta esquizofrenia poética, somos risos e conversas guardados para um porvir já marcado, somos o impossível visível e palpável, e entre tantos compromissos...por hora...sejamos felizes de fato [será?]...apenas te peço...esteja lá...não suportaria um minuto sequer do seu atraso.



Vamos viver assim

Como se eu não estivesse em você

Nem você estivesse em mim,

Mas sei lá,

Estou quase me acostumando,

Seu rosto está quase se apagando

E quando eu quase me esqueço

Aí me lembro ainda mais



Maria Rita



Eis aqui o meu [teu] traçado...espero que goste!




quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Despertando a Alma: “O Mago”


Entre minhas paixões está uma bem peculiar...o Tarot.


Estudei-o durante anos, e continuo estudando, mas antes que as vozes do desconhecimento soem como alarmes, quero deixar bem claro que as lâminas de um Tarot não servem apenas para a leitura do porvir, são também pequenos espelhos onde se refletem diversos estágios de nossas almas.


São fragmentos de nossas essências que quando se unem diante de olhos treinados podem desvendar nossas verdades mais íntimas, em cada uma das pequenas telas pintadas do Tarot estão armazenadas inúmeras informações sobre os sentimentos e as emoções humanas.


Foi isso que me atraiu o interesse neste estudo, aperfeiçoei-me na leitura terapêutica, nada contra as leituras divinatórias, mas gosto de ser porta voz dos sentimentos alheios e me realizo em poder fazer isso.


O Despertar da Essência abre suas portas para uma nova inspiração poética, decidi que vez e outra consultarei minhas lâminas para trazer mensagens por aqui. Talvez faça isso uma vez por semana, ou mais, ou menos, não prometo uma “freqüência”, sou inconstante demais para isso, mas com certeza farei todas as vezes que meu coração estiver nas pontas dos dedos.


E por coincidência [ou não], a carta que inicia a sequência do "Despertando a Alma" é “O Mago”, o Arcano número 1 de todo o baralho:


Detentor da magia dos quatro elementos, ele chega para olhar nos nossos olhos e perguntar: Até quando você vai aguentar? Ele quer saber o que é que ta faltando para tomarmos aquela iniciativa que está pronta para explodir do nosso peito? Quantos dias ainda vão precisar passar para que finalmente soltemos as palavras que estão em nossa garganta? Quantos projetos ainda ficarão empoeirados nas gavetas de nossas supostas vivências e quantas coisas e pessoas passarão por nós sem que tenhamos coragem de dar um passo a frente?


O Mago nos pede amor próprio para tomarmos a dianteira de nossas vidas com a autoridade que só cabe a nós, passamos muito tempo esperando por coisas externas e não questionamos o que de real estamos fazendo para atraí-las. Quando o Mago vem nos visitar é pra colocar as questões em nossas mãos, diz que não dá mais pra esperar nada e nem ninguém, o [re] início de algo novo e benéfico é bem provável, desde que tenhamos a coragem de fazer a nossa parte. Esperar novos resultados sem alterar as "atitudes" não é o caminho mais inteligente.


Não creio em coincidências, e se “por acaso” estas palavras desfilarem diante de seus olhos, simplesmente reflita, entre muitas coisas que aprendi nessa vida é que Deus se comunica conosco de muitas maneiras, ‘talvez’ ele possa estar também aqui...nestas breves palavras.



Maria Rita



quinta-feira, 2 de setembro de 2010

ArUandA

[Para ler ao som da música abaixo.]


Nas águas do mar caminho com meus pés descalços para que nas águas da Grande Mãe Yemanjá eu possa descarregar os meus cansaços, e assim abro meu coração aos meus amigos de luz, aqueles que nunca me abandonam, ainda que eu esteja perdida na noite, estão sempre a me guardar os passos de uma maneira tão absolutamente amorosa que me custa acreditar que mereço tanto.

Hoje estou assim, tocada por algo divino que me faz de veículo de um amor que transcende toda e qualquer explicação poética, chego a me emocionar por ter tamanha honra, logo eu tão cheia de erros e inconstâncias.

Quase posso sentir o cheiro de seu cachimbo a me perfumar os sentidos, o ouço envolver minhas tristezas com seu doce cântico e de uma maneira tão suave se aproxima para me envolver em teus braços sábios de Pai Velho.

As lágrimas me enchem os olhos com tanta gratidão que tudo que consigo fazer é tentar absorver ao máximo de cada segundo desse aconchego da alma.

O que mais me sensibiliza são esses teus olhos, um mar de amor tão profundo, tão cheio de Deus que é como se tudo fosse tão insignificante e ao mesmo tempo tão grandioso que me faz silenciar.

Sinto uma súbita sensação de que tudo está certo e que tudo vai ficar bem, coisa que só olhos como os teus poderiam provocar nos meus, e ao mesmo tempo me olha com tanta sabedoria, como se me conhecesse à tempos que vão muito além deste dia, e nestes teus olhos de paz me "alumia" e me faz querer chorar ainda mais.

Cada lágrima é recolhida pelos teus dedos enrugados, e de um jeito todo seu me pede para entregar-lhe minhas tristezas, foi o suficiente para que os soluços explodissem do meu peito como a querer saltar em teus braços obedecendo a tua ordem de amor.

Talvez poucos entendam o que relato aqui, e talvez nem cheguem a ler este post até o fim, mas hoje minha poesia se rende ao amor que sinto por cada episódio desta minha estrada espiritual.

Com meu peito cheio de amor e gratidão, digo a quem quiser ouvir que é em cada toque de atabaque do meu povo de Aruanda que mora o melhor em mim. Por onde quer que eu vá estarei sempre orgulhosa em carregar esse sangue de Pai Velho em minhas veias, pois sou filha dele, e agradeço cada conta de rosário que rezei ajoelhada diante deste trabalhador de Jesus.

Salve meu Povo de Aruanda!

Clamo ao Grande Mestre que em algum tempo eu possa ser digna de tamanho amor.


Maria Rita


Maria Bethania - Canto de Oxum by Maria Rita